Questões de interpretação sobre tema EUTANÁSIA

Hoje volto com mais uma atividade de interpretação de textos que pode ajudar o estudante ou concurseiro a pensar mais e melhor sobre  a maneira como entende os enunciados e as relações de sentido estabelecidas nele. Apesar da busca ser sempre pelo tema da redação do enem eu entendo que é preciso focar sim na redação, mas sem perder as outras disciplinas de lado porque ser bom naquilo que todos desprezam pode ser um diferencial na hora da classificação.

É isso. Não coloquei o gabarito do texto em questão, mas não acho que seja difícil para você identificar a resposta correta.

O texto a seguir é referência para as questões 01 e 02.

Um debate sobre a vida

O destino de uma mulher que há quinze anos está em coma na Flórida, nos Estados Unidos, precipitou na semana passada mais do que uma batalha ética e política, que envolveu até o presidente Geoge W. Bush. A disputa judicial sobre se deveria ou não ser retirada a sonda de alimentação que mantém viva Terri Schiavo, uma paciente em coma irreversível, pôs na ordem do dia uma questão que desafia a humanidade há milhares de anos: Como pode se traçar o limite entre o corpo e mente? A medicina acredita já ter localizado o ponto exato em que o fenômeno da consciência ocorre dentro do cérebro. A descoberta impressiona, mas é suficiente para encerrar o debate.
O ponto central do dilema que envolve Terri pode ser resumido numa pergunta inicial, da qual decorrem todas as outras: uma vez perdida para sempre a consciência, perde-se também aquilo que torna a vida humana um bem sagrado? Essa é a questão moral que norteia todas as escolhas relacionadas ao prolongamento da vida dos pacientes inconscientes e sem chance de recuperação. No passado, os equipamentos eram tão rudimentares que a questão nem sequer existia. A tecnologia atual ampliou essa fronteira entre a vida e a morte ponto de o paciente em coma sobreviver de acordo o seu destino genético - como qualquer pessoa. Retirar os aparelhos que mantêm as funções vitais de um paciente nessas condições pode ser visto como um ato de misericórdia ou um assassinato? O que deve pesar mais: o direito de viver a qualquer custo ou o direito de morrer quando a linha que separa um ser humano de um vegetal - a consciência - não existe mais? Como saber o que o paciente, que já não pode já não pode se comunicar ou entender a própria condição escolheria?
Há uma diferença ética entre a retirada de sonda que alimentava Terri e a eutanásia. A suspensão de tratamentos e equipamentos que mantém artificialmente a vida de um paciente é considerada uma maneira de deixar a natureza seguir o seu curso, quando as possibilidades de curas já estão esgotadas. O termo técnico para isso é ortonásia, algo como "a morte correta". Já a eutanásia exige uma postura mais ativa do paciente ou do médico e nada mais é que um suicídio assistido, normalmente com a injeção de uma droga letal. Para os pais de Terri, retirar a sonda de alimentação da filha equivale a uma eutanásia, ou até pior.

(adaptado de: SCHELP, Diogo. Veja, 30 mar. 2005.)

01 - Segundo o texto é correto afirmar:
a)   O fato de a medicina já ter determinado o ponto exato da consciência no cérebro exclui do debate sobre as eutanásias as questões de ordem moral.
b)   Do ponto de vista técnico, a eutanásia é aceitável desde que realizada com injeção de uma droga letal.
c)   A eutanásia pode ser definida como um prolongamento da vida de pacientes inconscientes e sem chances de recuperação.
d)   A questão ética que envolve a eutanásia diz respeito à garantia de acesso de todos a equipamentos modernos de prolongamento da vida.
e)  A discussão sobre a eutanásia se intensifica a partir do desenvolvimento tecnológico na área médica.

02 - Segundo o texto, a questão moral envolve o caso:
a)  Resume-se em se decidir se a vida humana caracteriza-se simplesmente pela posse da consciência.
b)  Seria envolvida se definisse melhor a linha entre a misericórdia e o assassinato.
c)   Questiona a descoberta do ponto exato em que o fenómeno da consciência ocorre dentro do cérebro.
d)  Refere-se à defesa de que um paciente em coma sobreviva somente quando tiver as funções vitais preservadas.
e)  É resolvida quando sabemos o que o paciente escolheria para definir a própria condição.

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