Relações sintáticas – 10 Exercícios

No artigo de hoje vou continuar com as atividades que iniciei lá no blog Quero Aprender Português ainda nesta semana. Para ver os primeiros exercícios, clique aqui. Bem, temos, nos últimos artigos, falado sobre a importância de estudar a Língua Portuguesa sem nos fixarmos apenas na morfologia. Interpretar textos vai além de conhecer o significado das palavras. É necessário estabelecer relações entre elas para que o todo passe a fazer sentido. Por isso, peço que você não só leia o artigo de hoje e faça os exercícios como também compartilhe nossas atividades.

Exercícios de análise sintática

Observe a tirinha a seguir para responder às questões de 1 a 4.

ha

1. O humor da tirinha incide sobre um equívoco do Sargento tainha. de que maneira esse equívoco é produzido?

2. Qual foi a intenção da pergunta de sua companheira?

3. Classifique, do ponto de vista sintático, a oração "você está mais gordo".

4. Reelabore a pergunta da companheira do Sargento tainha, de maneira a desfazer a ambiguidade da questão original. Faça apenas as alterações necessárias, preservando a ideia original do autor.

Leia o texto a seguir.

A teia da vida

O boi come o capim, que, por sua vez, comeu terra. O homem come o boi. Uma muriçoca chupa o sangue do homem e deixa a malária, que se multiplica, provocando febre, até matar o cara de anemia. Morto e enterrado, uma mosca vai lá e põe seus ovos — para revoarem depois como novas moscas — e, com isso, se dá a putrefação e quantidades imensas de corós ficam comendo a carne podre. O que restou daquele sujeito, a terra come. Fecundada, fertilizada, nela brota o capim, que um boi come e começa tudo outra vez. [...]

RIBEIRO, Darcy. Noções de coisas. 4. ed. São Paulo: FTD, 1999. p. 40-41. (Fragmento).

  • Corós: tipo de larva, especialmente de besouros escarabeídeos, encontrado no solo.

5.  Identifique os verbos intransitivos presentes nesse excerto do texto.

6.   "Morto e enterrado, uma mosca vai lá e põe seus ovos [...] e, com isso, se dá a putrefação e quantidades imensas de corós ficam comendo a carne podre." a qual lugar se refere o advérbio lá nesse período?

Leia o texto a seguir para responder às questões 7 e 8.

A maioria das camisinhas fabricadas no Brasil foi condenada num teste feito na Holanda, e uma revista brasileira publicou a matéria "Barreira frágil" sobre o elástico assunto. [...]
Sujeito perdido — Em [...] parágrafo dessa matéria, diz a revista: "Em breve, as camisinhas vendidas no Brasil serão submetidas a novos testes no Brasil e em outros laboratórios internacionais para conferir o resultado do exame holandês." Não importa a repetição distraída de "Brasil", mas nesse textículo quem fará o quê? [...]

MACHADO, Josué. Manual da falta de estilo. São Paulo: Best Seller, 1994. (Fragmento).

7. O autor do texto identifica um problema de natureza sintática no texto da matéria citada. Que problema é esse?

8. O que, no comentário de Josué Machado, permite identificar o problema?

9. Leia o texto a seguir.

Sujeito à toa — Às vezes falta, às vezes sobra sujeito. Há algum tempo criaram em nossa língua a figura exótica do sujeito reforçado ou duplo. Ele se alastra tanto que pouca gente o estranha. Uma revista publicou a seguinte frase há algum tempo: "Antônio Kandir aponta alguns fatores que ele considera vantajosos". (O grifo é nosso, como dizem os entendidos. Quaisquer entendidos.) Para que serve o ele na frase? Mais balanço?

MACHADO, Josué. Manual da falta de estilo. São Paulo: Best Seller, 1994. (Fragmento).

Com base no comentário do autor sobre o "sujeito reforçado ou duplo", explique, do ponto de vista gramatical, o significado da expressão "sujeito à-toa" que abre o texto transcrito.

10. No trecho a seguir, extraído de uma crônica do escritor Carlos Heitor Cony, podemos ver contextualizada uma interessante questão sobre os usos do verbo andar, na língua portuguesa.

Há pessoas que me perguntam o que ando escrevendo. Para começar, não ando escrevendo. Quando sou obrigado a escrever, a primeira coisa que habitualmente faço ê não andar: Fico parado diante do computador que me deslumbra e chateia, croce e delizia al cor, como na ópera de Verdi.

CONY, Carlos Heitor. Cruz e delícia. In: Os anos mais antigos do passado. Rio de Janeiro: Record, 1998.
(Fragmento).

  • Croce e delizia al cor: referência à ária da ópera La Traviata, de G. verdi, na qual o amor é apresentado como "cruz e delícia" do coração.

O que se observa sobre o verbo destacado?

Exercício bônus

Leia o texto a seguir para responder ao que se pede.

Enlace

No convento da senhorita Sandra Carvalho e engenheiro Nóbrega Santos, contraíram beneditinos ontem o matrimônio, sendo seus pais as próprias testemunhas.


PAULILLO, Maria Célia R.A. (Org.). Literatura comentada: Millôr Fernandes. São Paulo: Abril Educação, 1980. (Fragmento).

Diga que efeito de sentido Millôr Fernandes produz no texto transcrito.

Postar um comentário

0 Comentários