Recentemente escrevi um guest post no qual eu explicava a importância de conhecer as conjunções coordenativas para estabelecer de forma eficaz a coesão das frases construídas em textos, seja pro vestibular, seja para os blogs em que são redatores. O problema, no entanto, é que deixei de lado algumas coisas importantes no uso e valores das conjunções coordenativas.
Lembrando-me hoje da cachorra mais perfeita que já tive!
Assim como muitas outras coisas em Língua Portuguesa, é preciso considerar o contexto de uso de determinadas palavras para, assim, classificá-las. Vejamos um exemplo simples disso que estou falando. Observem o período abaixo abaixo:
“Quem toma uma decisão precipitada tem mais tempo para se arrepender.” [Carpinejar]
Neste período, vejam que a palavra decisão, embora seja substantivo, exerce função de complemento do verbo tomar e, por isso, é classificada como Objeto Direto. Veja o próximo exemplo agora.
“A decisão feriu profundamente o coração do enamorado, mas o tempo tornou-o resiliente.”
Neste período, a palavra decisão foi usada novamente, porém, como sujeito da oração. A classificação gramatical não mudou, mas sua função foi determinada pelo novo contexto.
Voltando ao assunto do post, ocorre algo semelhante com algumas conjunções. Uma delas é a conjunção coordenativa “pois”. Temos aí duas situações. A conjunção “pois”, se vier antes do verbo, terá valor de explicação; se vier após o verbo ou entre vírgulas, terá valor de conclusão.
Ex.: Os atores trabalhavam bem; o público aplaudiu, pois. (pois = portanto)
A segunda oração é, nesse caso, coordenada sindética conclusiva.
Ex.: O público aplaudiu, pois os atores trabalharam bem. (pois = porque)
Nesse caso, temos uma coordenada sindética explicativa.
É sempre importante considerar situações como essas quando se faz interpretações de texto. A maneira como compreendemos determina o sentido que a palavra possui e, muitas vezes, sua classificação sintática. Recomendo, por último, alguns exercícios sobre orações coordenadas que publiquei aqui no blog.
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