Prova de leitura e gramática do 6º EF

A passagem do Ensino Fundamental I para o II é traumática para algumas crianças. Muitos demoram pra se acostumar com o fato de ter vários professores, mais matérias, mais tarefas. Em Língua Portuguesa não há mudanças tão grandes exceto pelo fato de que as cobranças formais aumentam e muitas vezes o incentivo, o afeto diminui. Baseio-me na observação para dizer isso, pois se fosse ficar com minha própria experiência, diria que os alunos amadurecem rápido para questões relacionadas à linguagem. O que trago abaixo para vocês é uma atividade que propus há algum tempo para um sexto ano meu. Vejam, adaptem, sugiram como tarefa, enfim, façam bom uso desses exercícios. Começo com um cabeçalho com que inicio minhas provas. É uma primeira versão. Adaptei conforme os problemas que fui encontrando ao longo das provas feitas chegando ao ponto de indicar aí o valor de penalização para cada erro relacionado ao assunto estudado.

Avaliação de Português para sexto ano

INSTRUÇÕES AO ALUNO:

a) As respostas deverão ser escritas com caneta azul ou preta;
b) Não serão aceitos pedidos de revisão de provas com respostas a lápis;
c) Não usar corretivo, pois questões rasuradas serão anuladas.
d) Não basta estar certa a resposta, ela precisa estar bem escrita. Isso será avaliado e é atribuição do professor.

1. Às vezes, o substantivo no aumentativo ou diminutivo não exprime aumento ou diminuição, e sim carinho, ironia, desprezo ou outro sentimento. Levando em consideração a situação de comunicação nas ilustrações abaixo, indique o que os substantivos em destaque podem exprimir.

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2. Leia esta pequena descrição.

Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
(Mário Quintana. A rua dos cata-ventos. Porto Alegre, UFRGS, 1992.)

Ao empregar os diminutivos, que sentimento o poeta demonstra ter pela cidade?

GNOMOS NA GAVETA

Tive um parente que sempre contava ter visto um gnomo ciclista passar por ele, rente ao chão, segurando o guidom da bicicleta com a mão esquerda, enquanto com a direita fez-lhe um dilatado gesto obsceno. "Cafajestinho!" Ouvi-o contar isso dezenas de vezes desde a época em que os gnomos não estavam na moda. Convivência mais longa com esses seres diminutos teve meu amigo Egydio, que me assegurou ter enclausurado um deles na gaveta de sua escrivaninha.
— Com o canto dos olhos eu vi o gnomo espiar a gaveta, alguns centímetros aberta. Não satisfeito, resolveu entrar. Pum! Fechei-a com uma cotovelada.
— Ainda está lá dentro?
— Está. Com um conta-gotas tenho pingado água na gaveta para ele não morrer de sede. E jogo farelos de biscoitos para alimentá-lo.
— Vocês conversam?
— Não, porque pelo traje é tirolês ou austríaco. Além do mais, os gnomos só se comunicam com os humanos telepaticamente.
— E agora? O que vai fazer com ele?
— Vou tentar com uma linha transferi-lo para uma garrafa. Como se faz com miniaturas de navios. Com um gnomo engarrafado vou ganhar uma fortuna. Duvida?
Mas o gnomo escapou graças a uma empregada que abriu a gaveta, embora advertida para mantê-la fechada.
REY, Marcos. "Gnomos na gaveta! In: O coração roubado e outras crónicas. 2. ed. São Paulo, Ática, 1998. p. 15.

Vocabulário
gnomo: Designação comum a certos espíritos, feios e de baixa estatura, que, segundo os cabalistas, habitam o interior da Terra e mantêm sob sua guarda minas e tesouros.                                 
diminuto: Muito pequeno,
tirolês: Pertencente ao Tirol, província da Áustria.
telepatia: Transmissão ou comunicação extra-sensorial de pensamentos e sensações, a distância, entre duas ou mais pessoas.
rente: Muito próximo.                                        
dilatado: Amplo.                                               
obsceno: indecente.                                          
enclausurado: Recluso, recolhido.

3. Que tipo de linguagem o gnomo utilizou para ofender o parente do narrador? Verbal ou não-verbal?

4.  Que característica do gnomo comunicou a Egydio que os dois não falavam a mesma língua?

Veja a tirinha e responda o que se pede:

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5. O que leva a mulher a observar que o papagaio "fala tudo errado"?

6. A que conclusão se espera que o leitor chegue, ao ler o segundo quadrinho, sobre o motivo que leva o papagaio a falar como fala?

7- O que a observação da mulher revela a respeito da maneira como as pessoas costumam avaliar diferentes maneiras de falar?

E você? O que achou das questões propostas? Acrescentaria ou mudaria a forma de alguma?

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