Hoje recebi um comentário intrigante da leitora Deujima, dona do blog Introspectivamente Eu. Neste post em que publiquei 25 exercícios de concordância, ela questionou-me acerca de duas respostas que ali constam como corretas. Realmente, são concordâncias que fogem do padrão e por isso soam estranho. Para ajudar-me na explicação, busquei um argumento de autoridade na gramática do velho e rabugento Luiz Antonio Sacconi. Vejamos o que ele diz a respeito da concordância do verbo PARECER quando este funciona como verbo auxiliar.
O verbo parecer, quando é auxiliar numa locução verbal, sofre flexão; quando não forma locução verbal, é verbo intransitivo e, nesse caso, não varia. Ex.:
As crianças parecem gostar do filme.
As crianças parece gostarem do filme.
No último período há inversão da ordem dos termos, pois essa frase equivale a esta:
Parece gostarem do filme as crianças.
Observe, ainda, estes exemplos, em que parecer não varia:
As crianças parece que gostaram do filme.
As estrelas parecia que não piscavam.
Isto é:
Parece que as crianças gostaram do filme.
Parecia que as estrelas não piscavam.
Se, porém, ao verbo parecer seguir-se infinitivo pronominal, somente varia o infinitivo. Ex.:
As crianças parece queixarem-se do colchão duro.
Como diria o Pasquale, é isso!
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