Escola pra quê?

Pode parecer estranho uma professora se perguntado sobre a utilidade da escola. Explico-me. A partir de reflexões de uma disciplina e de um trabalho que estou escrevendo hoje, estou discutindo o papel da escola. Foucault a compara com um presídio. Analogia pertinente, se olhamos os muros, os portões, os fiscais, os horários, o sistema de punições e prêmios.

Mas a escola também liberta, amplia horizontes, promove descobertas. Ainda que em âmbito restrito.

 Lembremos do mestre Paulo Freire (veja post da Jô aqui), que, apesar de não ter o título, foi o maior educador deste País e respeitado em vários cantos do planeta. E não foi a instituição escolar que o promoveu. Foram suas ideias e ideais.

Às vezes a escola oprime, aprisiona uma boa ideia. Ao longo de alguns anos de magistério vi alunos com potencial elevado serem marginalizados porque na escola não havia espaço para eles. A escola quer massificar, homogeneizar, criar blocos de pessoas que sigam na linha. E o traçado varia conforme o governo.

Não pretendo, como um colega meu, desfazer a escola a marretadas. Mas pretendo desenvolver o melhor possível dentro do que lhe cabe. Permitir liberdade de expressão e pensamento já é um ganho.

Porém, vejo que há outros espaços para o desenvolvimento de aptidões individuais. As pessoas unem-se em grupos para compartilhar e colaborar mutuamente, como aqui nessa Casa.

A escola serve para muitas coisas, mas perdeu seu rumo. Precisamos atualizar a escola e pensar para que a queremos. Conhecimento enciclopédico há de sobra na internet. Decoreba não serve pra muita coisa. Talvez propiciar reflexão, raciocínio lógico e matemático, rudimentos das diversas ciências, ética, responsabilidade, consciência ambiental, expressão artística, leitura, muita leitura e boas doses de escrita.

Talvez.

Pensemos.