Trabalhando o sentido implícito nos textos literários

Você trabalha com textos literários nas suas aulas de interpretação de textos. Cada vez que vejo algumas provas que circulam na internet penso que sou uma voz que destoa das outras. A facilidade em encontrar atividades na internet faz com que nos acostumemos a simplesmente copiar e colar sem nenhum critério… ou melhor, o critério é a facilidade em encontrar as atividades. Prova disso é que o dia de mais visitas em alguns dos meus projetos na internet é o domingo. Isso porque depois de uns dias de folga, é necessário buscar algo pronto para usar nas aulas da semana. Penso que você não é assim porque aqui neste site tenho uma regularidade enorme na quantidade de visitas diárias. E só pra constar, elas passam das dezenas de milhares.



Como eu disse antes, é bastante comum receber visitas e comentários em meus sites pedindo exercícios de interpretação de textos que baseiem-se em textos literários. Veja, não são exercícios de Literatura simplesmente, mas exercícios que usem como texto-base os poemas ou mesmo textos em prosa escritos pelos nosso autores. Isso leva o aluno a estar em contato com textos com uma linguagem mais elaborada e que exija não só a compreensão da superfície do texto, mas também de todos os elementos que constituem a linguagem como a intertextualidade, as nuances de sentido conseguidas pela elaboração mais apurada do vocabulário e muito mais que só se pode obter quando o ponto de partida é um texto bem escrito.

O exercício abaixo usei numa de minhas avaliações de primeiro ano de ensino médio e busquei que os alunos entendessem que é possível passar uma mensagem sem que, necessariamente, se use a linguagem denotativa. Veja o texto e as duas perguntas que elaborei.

Leia o poema abaixo para responder as questões propostas:
Porque eu não pude parar para a Morte
Porque eu não pude parar para a Morte –
Ela gentilmente parou para mim –
Na Carruagem, apenas nós –
E a Imortalidade.
Nós viajamos lentamente – Ela não tinha pressa
E eu tive de pôr de lado
Meu trabalho e meu lazer,
Por Delicadeza –
Passamos pela Escola, onde Crianças se exercitavam
No Recreio – no Pátio –
Passamos pelos Campos dos Grãos Maduros –
Passamos pelo Sol Poente –
Ou melhor – Ele passou por nós –
O Orvalho veio tremulante e cálido –
Apenas como Fina Trama, minhas Vestes –
Meu Xale – apenas Tule –
Estacamos diante duma Casa que parecia
Uma Elevação do Solo –
Do Telhado pouco se via –
A Cornija – a tocar o Chão –
Desde então – por Séculos – e ainda
Mais breve que o Dia
Constatei que as Cabeças dos Cavalos
Voltavam-se para a Eternidade
 
Exercício 1
Qual a imagem no poema que representa o fim da vida?

Exercício 2
O eu-lírico vê o fim da vida como algo positivo ou algo negativo? Explique o porquê.

E aí? Quer responder aos exercícios aí nos comentários? Arrisque-se para contribuir para uma discussão mais sadia e que não se baseie apenas em pedir o gabarito.

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