Prova de coerência e coesão textual

No artigo de hoje trago uma avaliação que elaborei e apliquei em meus alunos há algum tempo. O assunto era, essencialmente, coerência e coesão. Acabo abordando outras coisas que são assunto nas aulas ou mesmo que foram vistos em bimestres anteriores. No fim desta avaliação de Português, coloco um pequeno exercício de produção de texto. Espero que seja útil para vocês.

Provas

Avaliação de Língua Portuguesa

1. (ENEM) Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último parágrafos:

“Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. (...)

Como manter a paz em um planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades básicas mais elementares? (...)

Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grosny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais?

(UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001)

Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é:

a) “tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque”.
b) “ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas”.
c) “a Europa nos explorou vergonhosamente”.
d) “o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve”.
e) “os negócios das indústrias de armas continuam de vento em poupa”.

2-) “Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais?” O uso do conectivo “quando”nesta frase é coerente com o que o autor quis dizer? Explique por quê.

3-) (USF-SP – adaptada) A palavra arroz está sendo empregada em sentido conotativo na frase:

a) O arroz-doce foi servido num prato lindamente ornamentado.
b) O arroz, moldado em forma de pirâmide, acompanhava as carnes.
c) Na borda da travessa, traçadas com grãos de arroz, estavam suas iniciais.
d) Saudaram os noivos com punhados de arroz.
e) Ele, sim, era arroz-de-festa, não perdia uma comemoração.

4-) Leia o texto a seguir para responder a questão seguinte: “Voltemos à casinha. Não serias capaz de lá entrar hoje, curioso leitor; envelheceu, enegreceu, apodreceu, e o proprietário deitou-a abaixo para substitui-la por outra, três vezes maior, mas juro-te que muito menor que a primeira. O mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhado é o infinito para as andorinhas”.

(Machado de Assis)

O autor usa diversas classes de palavra para construir a coesão dentro do texto sem torná-lo repetitivo. Sublinhe cada palavra usada como elemento coesivo, e escreva abaixo a qual termo anterior se refere:

5-) Leia o texto a seguir e encontre nele o que se pede abaixo:

Discriminação: o que é?

Quando alguém ou um grupo julga uma pessoa não pelo que ela é, mas por sua nacionalidade, cor, sexo, orientação sexual, isto é discriminar. Trata-se de um hábito arraigado em todos os povos, aprendido pelas crianças ao copiarem atitudes de seus pais, com consequências medonhas na forma de guerras (tutsis contra hutus, sérvios contra croatas) e opressão sistemática de grandes parcelas da população (negros pelos brancos, índios pelos colonizadores, mulheres pelos homens, judeus pelos cristãos, etc.). Apesar de ser muito difícil mudar opiniões aprendidas na primeira infância, não é impossível exercitar a tolerância na forma de controle de ações discriminatórias. Nos Estados Unidos, por exemplo, muitas corporações já proíbem comentários e piadas sexistas (pressupondo que toda mulher é burra ou prostituta ou inferior), racistas (contra negros, mulatos, índios, latinos) e até mesmo contra pessoas com deficiências físicas.

(Gilberto Dimenstein, Aprendiz do futuro. São Paulo: Ática, 1997, p. 58)

a) Um hiperônimo e seus possíveis hipônimos.
b) Uma palavra e seu antônimo, dentro desse contexto.
c) Uma palavra que esteja sendo usada no sentido conotativo.

Produção de texto – Carta

Releia os textos da questão 1 e 5, escolha um dos dois e escreva uma carta para:

a) Questão 1 – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comentando sobre a repercussão dos 10 anos do atentado terrorista de 11 de setembro.

b) Questão 2 – A presidenta do Brasil, Dilma Roussef, sobre políticas para combater o preconceito de forma adequada nas escolas brasileiras.

Sua carta deve ter, no máximo, 15 linhas e ser escrita na forma culta da Língua Portuguesa.

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