No post de hoje vamos resolver alguns exercícios de interpretação de textos referente a um texto chamado “O medo social”. Ele traz questões bastante interessantes para quem fará provas em que há interpretação. Para quem é professor, essas questões podem ser usadas para formular trabalhos de recuperação ou mesmo para elaborar provas para os alunos que ficaram abaixo da média no último bimestre letivo.
Exercícios sobre o texto “O medo social”
O MEDO SOCIAL
No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu automóvel com o filho ao lado. De repente foi assaltada por um adolescente, que a roubou, ameaçando cortar a garganta do garoto. Dias depois, a mesma senhora reconhece o assaltante na rua. Acelera o carro, atropela-o e mata-o, com a aprovação dos que presenciaram a cena. Verídica ou não, a história é exemplar, ilustra o que é a cultura da violência, a sua nova feição no Brasil.
Ela segue regras próprias. Ao expor as pessoas a constantes ataques à sua integridade física e moral, a violência começa a gerar expectativas, a fornecer padrões de respostas. Episódios truculentos e10 situações-limite passam a ser imaginados e repetidos com o fim de caucionar a idéia de que só a força resolve conflitos. A violência torna-se um item obrigatório na visão do mundo que nos é transmitida. Cria a convicção tácita de que o crime e a brutalidade são inevitáveis. O problema, então, é entender como chegamos a esse ponto. Como e por que estamos nos familiarizando com a violência, tornando-a nosso cotidiano.
Em primeiro lugar, é preciso que a violência se torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida como o instrumento de escolha na aplicação da justiça. Sua proliferação indiscriminada mostra que as leis perderam o valor normativo e os meios legais de coerção, a força que deveriam ter. Nesse vácuo, indivíduos e grupos passam a arbitrar o que é justo ou injusto, segundo decisões privadas, dissociadas de princípios éticos válidos para todos. O crime é, assim, relativizado em seu valor de infração. Os criminosos agem com consciências felizes. Não se julgam fora da lei ou da moral, pois conduzem-se de acordo com o que estipulam ser o preceito correto. A imoralidade da cultura da violência consiste justamente na disseminação de sistemas morais particularizados e irredutíveis a ideais comuns, condição prévia para que qualquer atitude criminosa possa ser justificada e legítima.
(Jurandir Freire Costa)
1) “No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu automóvel com o filho ao lado. De repente foi assaltada  por um adolescente...”; a passagem do pretérito imperfeito para o pretérito perfeito marca a mudança de: 
a) um texto descritivo para um texto narrativo 
b) a fala do narrador para a fala do personagem 
c) um tempo passado para um tempo presente 
d) um tempo presente para um tempo passado  
e) a mudança de narrador 
2) A narrativa contida no primeiro parágrafo tem a função textual de: 
a) exemplificar algo que vai ser explicitado depois, 
b justificar a reação social contra a violência. 
c) despertar a atenção do leitor para o problema da violência. 
d) mostrar a violência nas grandes cidades. 
e) relatar algo que vai justificar uma reação social. 
3) Idéia não contida no texto é: 
a) a violência cria regras próprias. 
b) os criminosos agem segundo regras particulares; 
c) a violência aparece socialmente justificada. 
d) a violência aparece como algo inevitável. 
e) a violência requer uma ação governamental eficiente. 
4) Segundo o texto, para que a lei deixe de ser o remédio contra a violência é necessário: 
a) que as leis se tornem obsoletas. 
b) que os governos descuidem dos problemas. 
c) que a violência se banalize. 
d) que os marginais se tornem mais audaciosos. 
e) que a violência crie regras próprias. 
5) “Nesse vácuo, indivíduos e grupos passam a arbitrar o que é justo ou injusto...”; o comentário correto sobre esse segmento do texto é: 
a) O vácuo referido é o espaço vago deixado pela ação governamental. 
b) Indivíduos e grupos passam a tomar a lei em suas mãos. 
c) A justiça acaba sendo determinada pelos marginais. 
d) A injustiça acaba por elaborar as leis. 
e) Passa a vigorar a lei do mais esperto. 
6) “A imoralidade da cultura da violência consiste justamente na disseminação de sistemas morais particularizados e  irredutíveis a ideais comuns...”; isso significa que: 
a) na cultura da violência todos os marginais pensam de forma semelhante. 
b) a imoralidade da cultura da violência se localiza em pequenos grupos. 
c) na cultura da violência todos saem perdendo. 
d) na cultura da violência, os ideais comuns inexistem. 
e) a violência dissemina ideais comuns irredutíveis.  
7) “O crime é, assim, relativizado, em seu valor de infração.”; uma forma de reescrever-se a mesma frase, mas com perda do sentido original, é: 
a) O valor de infração do crime é, assim, relativizado. 
b) Assim, o crime foi relativizado em seu valor de infração. 
c) O crime tem seu valor de infração, assim, relativizado. 
d) Assim, o crime é, em seu valor de infração, relativizado. 
e) Relativiza-se, assim, o valor de infração do crime.  
Gabarito dos exercícios de interpretação do texto “O medo social”
1-a 2-a 3-e 4-c 5-b 6-d 7-b

 
 
 
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