Engraçado como as definições de amor saltam a todo instante em letras de músicas, poemas inventados, parodiados. O amor é definido pelo que se diz, pelo que não se diz. Mas a verdade é que ninguém consegue defini-lo. Ele não se define por tempo [e talvez por isso “termine” de um dia pro outro sem explicação], não se define pela intensidade [talvez por isso tiremos forças para fazer loucuras em tão pouco tempo juntos].
Na poesia, conhecemos muitos versos que falam de amor. Camões, Drummond, Pessoa, todos eles falaram tão bem disso. Mas tem um senhorzinho que é especialmente amoroso com as palavras, trata-as com a delicadeza própria de quem sabe o valor que elas têm. É dele, Mário Quintana, o poema com que abro a semana aqui no blog.
AMOR É SÍNTESE
Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.
E pra você? O que é o amor?
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