As sem-razões do amor – Texto de Drummond

Nesta noite lia algumas coisas de Drummond. Incrível como algumas palavras tomam novas formas de acordo com o momento em que vivemos. Essa é a beleza da poesia. Ela torna-se significativa no momento certo e pelos motivos mais diversos.
De minhas leituras, compartilho com vocês, para iniciarmos a semana de uma forma um pouco diferente aqui no blog, a poesia abaixo.

As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


Aproveito para convidá-los a ler os posts que publiquei em outros espaços em que escrevo. São eles:

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