O professor do futuro é você

Alguns meses atrás chegou até minha casa a edição de outubro da revista Nova Escola. Desde quando ganhei minha primeira assinatura, virei fã da revista, mas nos últimos tempos a mesma é composta mais de propagandas que de artigos que ofereçam subsídios para a melhora da prática docente. Longe de mim questionar a linha editorial da mesma, pois não me julgo competente o suficiente nem atualizado ao ponto de criticar, ainda, as novas correntes pedagógicas. O que pretendo aqui é pensar alto a respeito de uma das matérias da mesma.

Tulips Um novo ano e nem tudo são flores!

A primeira reportagem que chamou minha atenção é a da página 26. O título “Não pode parar” refere-se a um problema que eu, professor da rede pública, já vivi na pele. Ingressei no serviço público em 2003 e, embora tenha visto apenas governadores do PSDB no Governo do Estado de São Paulo, houve mudanças no Governo Federal. A história é sempre a mesma. Sob o manto da inovação, programas que, muitas vezes, davam certo  são abandonados ou reformulados de tal forma que ficam descaracterizados. O problema da falta de continuidade acaba refletindo, por exemplo, na  Educação.

Sob o bordão da inovação, bradando lugares-comuns, vimos nas últimas eleições, mais uma vez, o governo de São Paulo ser entregue às mãos do PSDB. No Governo Federal, no entanto, houve mudanças. O discurso da presidenta é o mesmo de seus antecessores: vamos valorizar o professor, educação é prioridade, recuperaremos a infra-estrutura. Não é apresentado, segundo a revista, nada de concreto.

Em minha experiência no magistério, vi programas serem implantados, reestruturados, jogados na lata de lixo. Vi salas de aula serem reformuladas, salas-ambiente serem abandonadas, materiais serem mandados pra escola, porém não senti uma mudança significativa no próprio magistério. Apesar de um amadurecimento na gestão pública, continuamos tentando corrigir situações em vez de apresentarmos novos caminhos.

O ano finda dia 31, mas como bem disse a autora do blog Luz de Luma hoje no Twitter, é um erro achar que na virada do ano tudo se apaga e que começaremos do zero. Por isso, sentemos como colegas e tomemos um café, pois se sempre estou cercado de pessoas que amam essa bebida, hoje descobri que o café é importante até na cura de doenças como a Hepatite C ao ler o post lá no blog Animando-C, blog onde participei de uma promoção para ganhar um iPad.

Assim, me despeço do ano aqui no blog Análise de Textos. Muito obrigado aos amigos que me acompanharam e ajudaram a divulgar o blog neste ano que termina.

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3 Comentários

  1. Olá, professor Bauru.

    Sua preocupação em relação à condução do tema Educação por parte de nossos novos governantes é pertinente - não só para vocês professores, mas para todos nós cidadãos. A falta de continuidade nas políticas públicas é um problema muito sério, em todas as instâncias e em todas as áreas.

    Eu estou especialmente ansiosa em relação à Saúde. Infelizmente, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais tem pecado MUITO quanto às hepatites, que estão relegadas a segundo plano - apesar de terem um número de infectados muitas vezes maior que o HIV.

    Obrigada por linkar o Animando-C. Passe lá sempre que desejar para tomarmos um café (eu, como não sou fã, te acompanho no suco).

    Ps: Já fui assinante da Nova Escola, mas cancelei quando comecei a achá-la superficial. Mas também é só minha opinião...

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  2. Admiro-te, professor.

    Continuemos juntos!

    abs

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  3. No outro dia, assisti um programa na TV local, onde a secretária de educação reclamava justamente do que escreveu aqui - sobre os discursos de renovação, mas que ao final, são estagnadores ou que deram fim aos bons projetos.
    Haveria de ter um plano contínuo a ser respeitado nestas transições de governos e justificado publicamente através de jornais ou mesmo pelo Diário Oficial; a porcentagem que o município destina a educação - talvez um relatório mensal de gastos. Ninguém sabe para onde vai a verba do Fundef. Os conselhos municipais são desorganizados e as prefeituras sonegam informações. Como estas que fazem a distribuição da verba, o Fundef que foi criado para vigiar estes gastos, não consegue saber se as verbas são aplicadas corretamente e ainda alegam que isso ocorre porque as prefeituras omitem dados. A pior declaração que ouvi dessa secretária, foi que é perceptível que o governo federal queira acabar com o ensino médio. Triste, não?
    Feliz mudança de calendário!!

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