Querem ver um filme com essa capa?
Sexo, sexo, sexo… dizem que repetir três vezes faz com que apareça… bom, misturei as histórias. Essa é a narrativa da lenda urbana da “loira no banheiro”. Fato é que o sexo sempre foi tema recorrente na Literatura. Seja de forma explícita ou pela sugestão, sempre estivemos em contato com cenas tórridas de amor.
Quem não se lembra, por exemplo, do romance Naturalista de Aluísio Azevedo, “O Cortiço”. Pra quem acha que Literatura Brasileira é algo enfadonho, não imagina quanta diversão se pode ter numa leitura como essa. Separei um trecho para que veja como o sexo é valorizado na nossa Literatura.
Neste trecho, temos uma ideia da supervalorização do sexo, típica do determinismo biológico, e do naturalismo. Aluísio busca na obra quase todas as formas de patologia sexual, desde o "acanalhamento" das relações matrimoniais, adultério, prostituição, lesbianismo…
Leia e imagine:
"Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui. ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras, era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso, era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; e/a era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, e muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras, embambecidas pela saudade de terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro da sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbam em tomo da Rita Baiana o espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca."
Vejam algumas imagens referentes à bela Rita Baiana:
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