Neste post passo a abordar alguns casos de concordância nominal que geram dúvidas. São situações em que o uso comum da Língua Portuguesa acaba induzindo o redator ao erro. Acompanhe a série pelo marcados “concordância”.
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA
1. O AGRAVANTE ou A AGRAVANTE?
AGRAVANTE é palavra feminina.
"Havia UMA AGRAVANTE: o motorista estava alcoolizado."
OBSERVAÇÃO: ATENUANTE também é palavra feminina:
"O advogado alegou a existência de ALGUMAS ATENUANTES."
2. ALERTA ou ALERTAS?
É invariável.
"Nós ficamos ALERTA para isso."
"Os guardas estavam ALERTA."
ALERTA geralmente é um advérbio. Como adjetivo, alguns autores aceitam a forma plural:
"Nós ficamos ALERTAS e os guardas estavam ALERTAS".
OBSERVAÇÃO 1: Os advérbios são invariáveis:
"A bola rola MACIO na Supercopa."
"Milhares de brasileiros vivem ILEGAL nos Estados Unidos." (Melhor: "ilegalmente")
OBSERVAÇÃO 2: TODO (=totalmente) é o único advérbio que se flexiona:
"A Ilha do Governador está TODA reformada."
"A porta está TODA fechada."
3. ANEXO ou EM ANEXO?
É um adjetivo. Deve concordar. EM ANEXO é invariável.
"O formulário segue ANEXO (ou EM ANEXO)."
"ANEXOS (=ou EM ANEXO) seguem os formulários."
"A nota e o troco vão ANEXOS."
"Encontramos o registro ANEXO à certidão."
4. Plural das palavras terminadas em "ÃO"
a) A maioria muda a terminação "ão" em "ÕES": anfitriões, balões, botões, espiões, feijões, gaviões, limões, mamões, melões, zangões...
OBSERVAÇÃO 1: Neste grupo incluem-se todos os aumentativos: casarões, chapelões, dramalhões, facões, narigões, paredões, pobretões, vozeirões...
b) Um pequeno número de palavras muda "ão" em "ÃES": afegães, alemães, cães, capelães, capitães, catalães, escrivães, pães, sacristães, tabeliães...
c) Um pequeno número de palavras acrescenta um "s" (=ÃOS): cidadãos, cortesãos, cristãos, grãos, irmãos, mãos, pagãos, vãos...
OBSERVAÇÃO 2: Neste grupo incluem-se todas as palavras paroxítonas: acórdãos, bênçãos, órfãos, órgãos, sótãos...
d) Muitas palavras admitem duas ou até três formas de plural:
alazães ou alazões;
aldeãos, aldeães ou aldeões;
anãos ou anões;
anciãos, anciães ou anciões;
artesãos (=artífice) ou artesões (=adorno arquitetônico);
castelãos ou castelões;
charlatães ou charlatões;
cirurgiães ou cirurgiões;
corrimãos ou corrimões;
ermitãos, ermitães ou ermitões;
faisães ou faisões;
guardiães ou guardiões;
hortelãos ou hortelões;
refrãos ou refrães;
sacristãos ou sacristães;
sultãos, sultães ou sultões;
verãos ou verões;
vilãos, vilães ou vilões;
vulcãos, vulcães ou vulcões.
5. BASTANTE ou BASTANTES?
Como advérbio de intensidade (=muito) é invariável:
"Eles trabalharam BASTANTE para chegar até aqui."
"Eles ficaram BASTANTE cansados." (Neste caso, é preferível usar "MUITO cansados")
OBSERVAÇÃO 1: Como pronome indefinido (=antes de um substantivo), deverá concordar com o substantivo:
"Está com BASTANTES problemas para resolver." (É melhor: "MUITOS problemas)
"O dia fica aberto, com BASTANTE sol em todas as regiões." (Simplesmente "com sol" seria melhor)
Devemos evitar o uso de BASTANTE como pronome indefinido.
OBSERVAÇÃO 2: Como adjetivo (após um substantivo = suficiente), deve concordar com o substantivo:
"Ele já tem provas BASTANTES para incriminar o réu." (É melhor: "provas SUFICIENTES")
"As provas já são BASTANTES para incriminar o réu." (É melhor: "As provas já são O BASTANTE para incriminar o réu." / É preferível: "As provas já são SUFICIENTES para incriminar o réu.")
1 Comentários
No caso do uso de bastante ou bastantes é correto dizer que, se eu puder usar "muitos" ou "suficientes" o uso da "palavra "bastantes" também estaria correta?
ResponderExcluir