Unidade
As plantas sofrem como nós sofremos.
Por que não sofreriam
se esta é a chave da unidade do mundo?
A flor sofre, tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
em sua docilidade.
A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.
Não temos nós, animais,
sequer o privilégio de sofrer.
Carlos Drummond de Andrade (Itabira - MG, 1902 - Rio de Janeiro, 1987)
Iniciou sua carreira em Belo Horizonte, onde viveu com a família. Seu irmão o incentivou na vocação literária. Mais tarde, vai para o Rio de Janeiro onde alguns de seus poemas começaram a ser divulgados. O ano de 1928 é marco importante em sua vida e em sua obra: nasce a filha Maria Julieta e publica em São Paulo o poema “No meio do Caminho”. Drummond, além de poeta, é um excelente prosador, de estilo marcado pelo humor e pelo ceticismo, ou seja, estado de espírito de quem duvida de tudo.
1 Comentários
Parabéns por tanta doação inteligente para criar e propagar uma página superinteressante que engrandece nossa Língua Portuguesa.
ResponderExcluirJosé Maria Cavalcanti
http://bollo.wordpress.com