Como ser criativo na redação

E a criatividade? Pergunta que costumeiramente escuto de meus colegas. Não só os alunos preocupam-se com a criatividade em seus textos. Os professores, pelo menos alguns, preocupam-se em estimular essa criatividade. Não é fácil, mas por mais bobo que possa parecer, é algo que se aprende por meio de exercícios.
Falei sobre a importância da leitura para o conhecimento das possibilidades de construções sintáticas e gramáticais. Não é loucura de minha parte dizer que imitar os “mestres” é o primeiro passo para o encontro de uma forma particular de escrita.

O que é mais importante? A forma ou o conteúdo?

No caso das redações (ou dos post em blogs), alguns podem até dizer que a análise de alguns aspectos responsáveis pela estruturação de um texto permite ao professor determinar em qual(is) dele(s) o aluno sobressaiu em relação a seus colegas. Um desempenho acima da média, ou mesmo excepcional, no trabalho com o foco narrativo, ou com a articulação de argumentos, deverá refletir-se na nota que o professor atribuirá ao trabalho realizado por aquele aluno com relação à estrutura de um texto narrativo ou dissertativo. Em outras palavras, há professores que consideram criativos apenas aqueles que, em relação à norma culta, foram corretíssimos.
 
Já vi, no entanto, redações sofríveis no aspecto gramatical, mas que eram exemplos claros de inovação na abordagem de um texto. É preciso saber dividir os critérios. Ao ler um blog, procuro ver o que foi escrito antes de ver como foi escrito. Isso significa que, muitas vezes, em detrimento do rigor gramatical, o mais importante para mim é o conteúdo

Um último ponto

Não se deve, em nome da criatividade, deixar as regras da boa escrita de lado. Não devemos esquecer de que um texto mal escrito compromete a credibilidade do redator. Se não acredita nisso, experimente enviar um currículo candidatando-se a uma vaga e nele cometer excessivos erros de Português. Depois me conte o resultado.

P.s.: Mais de uma vez falei que é preciso haver empatia entre o leitor e o texto. Uma simples comparação explica isso. É muito mais fácil eu tentar entender um artigo sobre hacks para blogs escrito de forma sofrível do que eu ler e tentar entender um sobre os avanços políticos provocados pela participação do Brasil na resolução do conflito em Honduras, ainda que este esteja escrito perfeitamente. Isso porque o primeiro assunto me é muito mais agradável.