Vinícius declamando um soneto

Muitas vezes declamei poemas em sala de aula. Não tenho tanta facilidade para decorá-los, mas ainda que leia, modéstia à parte, tenho habilidade para uma leitura com entonação, valorizo as pausas, modulações e tudo mais do jeito que deveria ser. Mas hoje, ouvindo Vinícius declamando o poema abaixo, descobri que fazia a leitura da primeira estrofe de uma forma errada. Ouçam e, depois, digam se é diferente da forma como vocês faziam.

Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

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