Vícios de linguagem são desvios das normas da língua-padrão, provocados por descuido ou por ignorância que o falante possui dessas mesmas normas. Dependendo do domínio em que ocorre o desvio, os vícios de linguagem classificam-se em vários tipos. Vejamos:
1. Barbarismo
Sem nenhuma relação aos "barbeiros" que infestam o trânsito, costuma-se chamar de barbarismo aos desvios da norma processados no domínio:
- da grafia: advinhar em vez de adivinhar;
- da pronúncia: rúbrica em vez de rubrica;
- da morfologia: interviu em vez de interveio;
- da semântica (do sentido das palavras): O erro me passou desapercebido em vez de despercebido.
Incluem-se ainda como barbarismo todas as formas de estrangeirismo, isto é, uso de palavras ou expressões de outras línguas:
- galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez de encenação, Parti pris em vez de opinião preconcebida.
- anglicismo (do inglês): Weekend em vez de fim de semana.
2. Arcaísmo
Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já caíram de uso.
Exemplo: asinha em vez de depressa, antanho em vez de no passado.
3. Neologismo
Emprego de palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema da língua, ainda não foram incorporadas pelo idioma.
Exemplo: As mensagens telecomunicadas foram vistas por poucas pessoas.
4. Solecismo
O solecismo inclui erros de sintaxe:
- de concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram).
- de regência: Os comerciantes visam apenas o lucro (em vez de ao lucro).
- de colocação: Não tratava-se de problema sério (em vez de não se tratava).
5. Anfibologia ou ambiguidade
Ocorre quando a frase admite mais de uma interpretação.
Exemplo: Presidente e Governador se desentenderam por causa de sua má administração.
Entender que a língua se manifesta de maneiras diferentes conforme o contexto é muito importante para quem deseja escrever e fazer isso bem, por isso elimine os vícios de linguagem de seu texto a não ser que sejam usados como recurso expressivo. Deixarei para abordar outros vícios num próximo post.
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