Devo ir “AO banheiro” ou “NO banheiro”?
IMAGEM DE BANHEIRO
A regência dos verbos e dos nomes determina se os seus complementos devem ou não ser preposicionados.
Os nomes (= substantivos, adjetivos e advérbios) pedem os complementos nominais (= sempre com preposição). A Regência Nominal determina que preposição devemos usar:
"Ele fez referência (=substantivo) a este caso (=compl.nominal)."
Quem faz referência sempre faz referência "a" alguma coisa.
"Ele tem necessidade (=substantivo) de dinheiro (=compl.nom.)."
Quem tem necessidade tem necessidade "de" alguma coisa.
Observe que não há regras. A regência de uma palavra é um caso particular. Cada palavra pede o seu complemento e "rege" a sua preposição. Não é necessários decorar listas e mais listas de dicionários de regência. Na verdade, nós aprendemos regência "de ouvido". O fato de falar, ouvir, ler e escrever em língua portuguesa é o que nos leva a saber qual preposição devemos usar. O problema ocorre quando o ouvido não está “bem-educado". Existe uma regência na linguagem popular que deve ser evitada em textos formais, em situações que exijam uma linguagem mais cuidada, mais clássica. O uso do verbo PREFERIR é um "belo" exemplo disso. É freqüente ouvirmos:
"Prefiro muito mais ir na praia do que trabalhar."
Temos aqui um festival de asneiras. A primeira é a mania de "preferir mais". Você já viu alguém "preferir menos"? Isso significa que "preferir mais" é uma redundância. E "preferir muito mais" é "uma asneira muito maior".
O segundo erro é a regência do verbo IR: quem vai sempre vai "a" algum lugar. Devemos ir "à praia". "IR em algum lugar" é vício de linguagem:
"vou no cinema", "fui no Banco", "vai no banheiro"... Devemos "IR ao cinema, ao Banco, ao banheiro..."
É verdade que muitas vezes, quando queremos ou precisamos ir ao banheiro, não "dá tempo pra pensar qual é a preposição certa". É recomendável ir logo.
É interessante lembrar também a diferença entre "IR a" e "IR para". Devemos "IR a algum lugar" se houver a idéia de "volta imediata" e "IR para algum lugar" se houver idéia de "permanência, ida em definitivo ou sem data para voltar". Se "o diretor vai a Brasília", entende-se uma viagem rápida, a serviço por exemplo, com retorno no mesmo dia ou no dia seguinte. Entretanto, se "o diretor vai para Brasília", entende-se que ou "vai morar em Brasília" ou "permanecer um bom tempo, sem data de volta". Agora você já sabe qual é a diferença entre mandar alguém "a" ou "para" aquele lugar. Se você "mandá-lo para" e ele voltar, é porque não sabe regência.
Finalmente o terceiro erro: a regência do verbo PREFERIR. Quem prefere sempre prefere alguma coisa "a" outra coisa. É um verbo transitivo direto e indireto. Devemos observar que o objeto indireto deve vir com a preposição "a". O uso de "do que" é característico da regência popular, e devemos evitar em texto formais que exijam uma regência clássica.
Em textos nos quais se exija uma linguagem mais cuidada, devemos usar:
"Prefiro ir à praia a trabalhar".
Portanto, devemos estudar Regência para tirar algumas dúvidas, por exemplo: "Isto está próximo "a" ou "de" alguma coisa"? A resposta é "tanto faz". Com o adjetivo próximo, você pode usar a preposição "a" ou a preposição "de".
1 Comentários
Muito bom!
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