Exercício de interpretação de textos - Poética

Leia esta adaptação de um texto de Aristóteles (Poética. Cap. IV) a seguir e assinale com X as afirmações incorretas.

Há pessoas que imitam passarinhos, ou imitam atores, ou seus próprios pais, etc. Nós imitamos o que admiramos. Os poetas imitam a natureza quando descrevem uma tempestade ou uma cena da floresta. Numa pintura, a imitação é evidente. Vemos, por exemplo, desenhada num quadro, uma montanha. Esta só pode ser uma montanha imitada da natureza. Não podemos, claro, subir nela, nem cheirar suas flores. Mas admiramos a arte, a técnica com que foi pintada. Nós também nos servimos das palavras para imitar alguém, ou alguma coisa. Quem conta um fato reproduz impressões, imagens, acontecimentos que envolveram esse fato. Nossa linguagem procura imitar a realidade. Tudo o que falamos contém certa "pintura" daquilo que estamos pensando. Nós pintamos com palavras. Mesmo que não tenhamos essa intenção. Em princípio, pintar ou imitar com palavras não depende de nós, pois isso ocorre naturalmente em nossa linguagem. Quando dizemos "Maria está bonita", estamos pintando um fato, imitando esse fato com nossas palavras. O mesmo ocorre em céu escuro", "mar bravio", "casa abandonada", "fatias de abacaxi", "sol escaldante", etc.
Todos, portanto, imitam. É imitando que se aprende, dizia Aristóteles. Os bichos também fazem isso. Imitam por instinto. Certas cobras fingem ser galhos de árvore, para melhor abocanhar os passarinhos. Os tigres são listrados. Com isso imitam os bambuzais, onde costumam se esconder. O urso polar é branco. Sua pele imita a neve. Essa camuflagem, dada pela natureza, é chamada mimetismo, e mimetismo quer dizer "imitação".
Como a criança aprende a falar? Imitando o modo de falar de seus parentes. Como se produzem as belas ações? Imitando as atitudes alheias que consideramos belas. A imitação é natural no homem. Ayrton Senna não queria ser igual a Fangio. Mas aprendeu muita coisa com ele. É assim que nascem os vencedores: nascem da humildade, do aprendizado com quem sabe. Chico Buarque aprendeu com Vinícius. E Vinícius com Camões. E Camões com Virgílio. E assim por diante, desde o começo dos tempos. E toda vez que um artista verdadeiro imita um outro, ele estará também recriando, modificando o que recebeu do outro.
A imitação não se confunde com a coisa imitada. Há pessoas que não gostam de ver cobras ou leões.
Entretanto, gostam de ver esses bichos no cinema ou na pintura, onde são "transformados" pela técnica. Há quem odeie guerras, mas não se recusa a "guerrear" no videogame.
A imitação é fundamental à vida. Toda imitação implica semelhança. E só existe imitação quando algo se torna parecido a algo.
Platão, filósofo grego da Antiguidade, achava que todas as coisas são cópias de coisas perfeitas que estão no céu. Assim, por exemplo, todas as pedras imitam uma pedra perfeita que está no céu; todos os lápis imitam um lápis perfeito que está no céu; todas as mulheres são cópias de uma mulher perfeita que está no céu; e assim por diante. Não sabemos se Platão estava certo. Quem mais acredita nele são os amantes. Porque os amantes acreditam que sua paixão já vinha escrita nas estrelas. Os poetas que falam de amor também costumam ser platonizantes.

(X) A criança que imita seus pais demonstra intranquilidade ou falta de personalidade.
(X) Platão foi o inventor da teoria artística
(  ) A imitação constitui um processo necessário na formação da cultura.
(X) Os  artistas,  quando imitam, revelam falta de originalidade.
(  ) A imitação dos animais difere da imitação humana por não ser inventiva»
(  ) A poesia é uma forma de imitação
(  ) A linguagem não contém processos imitativos,
(X) A imitação idealizante não tem nenhuma importância na vida.
(  ) Em geral, os amantes tendem a ver suas amadas da melhor forma possível, e isso revela influência da imitação idealizante.
(X) As imitações não passam de fantasias. Por isso, o homem nada aprende com

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